No dia 12/03/2025, foi realizada a Audiência Pública: “Como Ensinar e Aprender em Salas de Aula sem Condições Ambientais no Calor Extremo”, promovida pela Deputada Estadual Professora Bebel, no Plenário Teôtonio Vilela, da Assembleia Legislativa de São Paulo, com a participação da Diretora-Presidente APASE, Rosaura de Almeida, que fez parte da mesa.
Só uma em cada três salas de aula públicas do Brasil é climatizada e o Estado de São Paulo é o que tem o menor percentual, apenas 2,7% de salas climatizadas. Esses dados e a notícia das ondas de calor que têm acometido o Estado mais rico do país foram suficientes para a abertura desse debate. Afinal, estudos mostram que, a partir de 38ºC de temperatura ambiente, a capacidade de aprendizagem dos alunos é significativamente afetada. O raciocínio, a memorização dos conteúdos e a compreensão das aulas diminuem consideravelmente.
Com essas informações, o Sindicato-APASE desenvolveu um material-manifesto para alertar a população sobre esses perigos e questionar o Secretário da Educação sobre a climatização das escolas. A ventarola, um tipo de leque com impressão de textos e imagens, foi distribuída aos presentes na audiência. Veja fotos na galeria de imagens, abaixo.
A audiência contou com diversos profissionais ligados ao assunto, como o diretor do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Leonardo Rafael Musumeci; a coordenadora-geral de Educação Ambiental para a Diversidade do Ministério da Educação e Cultura, Viviane Vazzi Pedro; e entidades de categorias da educação e também de alunos.
Entre os posicionamentos, a certeza de que a escola reflete a mudança de postura e participação de uma sociedade e, exemplo disso, é a falta de um plano geral de enfrentamento e resiliência à emergência climática nas escolas. Soma-se também, a falta de áreas verdes ao redor delas e suas edificações, construídas de forma inadequada, isto é, sem uma configuração que amenize os impactos do clima e corroboram a ausência de políticas públicas para o atual momento.
A Diretora-Presidente APASE alertou que é “na escola que se transmitem mais conteúdos formais da Base Nacional Curricular por meio daquilo que se oferta em termos de conforto térmico e acústico para as crianças, os adolescentes e os profissionais nas salas de aula”. Para ela, a qualidade do ambiente de ensino, aprendizagem e de trabalho demonstra o valor que essa pessoa tem para a sociedade e, portanto, não é à toa que exista uma diferença entre os prédios escolares dos centros urbanos e os prédios escolares das periferias. “É preciso ter condições de trabalho salubres para obter resultados adequados de aprendizagem. Esse ponto não é responsabilidade do professor, do diretor, diretora e nem do supervisor e supervisora. Isso é de responsabilidade da Secretaria da Educação.”
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